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quarta-feira, 7 de maio de 2014

10 imagens impressionantes da Primeira Guerra Mundial

A chamada Grande Guerra, que completa um século esse ano, geralmente é lembrada como uma aventura cheia de glória, um caminho patriótico para a liberdade. Estas 10 fotografias representam a tragédia, o derramamento de sangue  e a verdade da guerra para os que realmente a  viveram, para os que presenciaram toda dor e sofrimento que a insanidade do homem pode causar.


1 – Uma cratera de bomba em Flandres Ocidental
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Essa notável fotografia colorida foi tomada durante a Batalha de Messines, que ocorreu em Flandres Ocidental, França, no início de junho de 1917. A batalha durou por uma semana, com mais de 25.000 mortos confirmados e 10.000 desaparecidos. A cratera colossal vista na fotografia foi criada pelo Segundo Exército Britânico, no primeiro dia da batalha, quando 19 minas diferentes foram detonadas  em 19 segundos, sendo a detonação seguida rapidamente por uma carga de artilharia pesada. Cinco outras minas permaneceram sem detonar,  uma sexta foi detonada durante uma tempestade em 1955. Mais de 10.000 soldados alemães morreram na explosão, que  dizem ter sido ouvida por todo o caminho de Londres a Dublin. 
O ataque foi a maior explosão planejada na história militar na época e criou um terreno muito perigoso, mesmo para os britânicos. O aglomeramento de combatentes na borda da cratera resultou na morte de cerca de 7.000 soldados britânicos. Muitas das crateras criadas durante a batalha de Messines ainda podem ser vistas em fazendas francesas, algumas foram transformadas em piscinas.


2 – Máscaras protéticas
Máscaras protéticas
O ateliê incrivelmente perturbador mostrado na foto acima, pertencia a escultora Anna Coleman Ladd. Sendo o primeiro de seu tipo, ele na verdade era um "Departamento de Máscaras para  Desfigurados Faciais” (localizado em um hospital de Londres), mas os soldados o chamavam de  "Tin Noses Shop."
Cerca de 21 milhões de soldados foram feridos durante a Primeira Guerra Mundial e muitos voltaram com ferimentos faciais incapacitantes. Embora a cirurgia plástica, durante o conflito, tenha avançando mais rápido do que nunca, muitos homens usaram máscaras protéticas para esconder as cicatrizes que não puderam ser removidas. Depois de trabalhar com soldados feridos na Cruz Vermelha, Anna montou seu próprio estúdio em Paris, que se tornou incrivelmente popular. As máscaras  de cobre eram feitas à mão e aplicadas à face do paciente durante a pintura, para que ela se confundisse  com a pele tão perfeitamente quanto possível.
Anna produziu mais de 220 máscaras protéticas em 1918. Ela tentou fazer do seu local de trabalho um ambiente alegre, para amenizar o trauma que os pacientes já haviam passado. Os jardins eram decorados com estátuas, os quartos eram repletos de flores e as paredes adornadas com bandeiras. Aos soldados era oferecido chocolate, vinho e dominó para ocuparem-se. Anna estabeleceu padrões revolucionários no cuidados dos soldados, padrões diferentes de tudo o que já se tinha visto antes.


3 – O Tenente Norman Erc Wallace
Norman Erc Wallace
O tenente Norman Eric Wallace foi um piloto canadense durante a Primeira Guerra Mundial I. Ele se alistou em 1915 e  imediatamente enviado para a Europa. Dois anos depois, o avião de Wallace caiu, ele sofreu terríveis ferimentos faciais devido à queimaduras graves.
A cirurgia plástica utilizada para reconstruir o rosto de Wallace foi revolucionária para a época. Enxertos de pele retirados de suas nádegas foram usados para reparar a cicatriz; a pele do pescoço e do queixo foram deslocadas para encobri-los. Wallace também teve que usar um rosto protético.
Apesar dessa provação, ele se apaixonou durante sua permanência no hospital e se casou em 1920. Tragicamente, sua esposa morreu de câncer apenas alguns dias antes de seu primeiro aniversário de casamento. Wallace continuou sua carreira militar, foi promovido a major e viveu até o final de 1974, quando morreu de câncer de pulmão. Ele passou a maior parte de sua vida  sozinho em hotéis e chalés em Llangammarch Wells, uma aldeia isolada no País de Gales, onde era amado profundamente pelos moradores.


4 – Vista de Verdun após sete meses de bombardeios
Verdun
A Batalha de Verdun, que ocorreu perto da cidade de mesmo nome, próximo ao rio Meuse, durou pouco menos de 11 meses. A imagem mostra o efeito do bombardeio na cidade,  abandonada logo em seguida. A destruição foi causada pelas táticas questionáveis de guerra de atrito utilizadas por ambos os lados, a intenção desses ataques era destruir o maior número de recursos e matar o maior número de pessoas possível, de forma a causar o desgaste do inimigo.
Estima-se que mais de um milhão de homens morreram durante a batalha de Verdun, mas essa imagem mostra claramente o efeito que a guerra teve sobre as vidas dos civis apanhados no conflito. Esse ataque foi um golpe duro para o franceses, já que Verdun era de importância histórica para eles. Muitas outras batalhas importantes haviam sido travadas na cidade, conhecida em toda a história como um próspero centro comercial. O objetivo primordial do ataque alemão a Verdun era criar uma área de matança sangrenta, algo que deixasse os franceses profundamente aterrorizados..


5 – Cartuchos usados de artilharia

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A forma de luta utilizada na Grande Guerra, nunca tinha sido vista em uma escala tão grande. Um exemplo é a Batalha de Verdun acima mencionada. Somente no primeiro dia de batalha, as forças alemãs usaram 1.200 peças de artilharia, 2,5 milhões de cartuchos  e 1.300 “trens de munição” para atacar seus inimigos. Os embarques diários de  fornecimento pesavam até 25.000 tonelada. Quando os 300 dias de luta chegaram ao fim, as unidades de artilharia alemã estavam tão desgastadas que  foram transformadas em  lança-chamas. No geral, 14 milhões de projéteis foram  disparados na Batalha de Verdun.
A imagem mostra uma pilha de projéteis gastos durante o curso de um único dia. Ela ilustra como tantos homens foram mortos e feridos durante a guerra.


6 – Trenó britânico de abastecimento puxado por uma rena na Rússia

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Em 1914, os russos eram aliados dos britânicos no combate à Alemanha. No entanto, três anos depois, eles foram forçados a sair do esforço de guerra. Essa fotografia de um soldado britânico puxando um trenó de abastecimento com uma rena, através da Rússia coberta de neve, ilustra como apesar dos avanços maciços em tecnologia, muitas das táticas usadas na Primeira Guerra Mundial eram arcaicas e, provavelmente, resultavam em mais mortes do que  impediam.
A Rússia não foi o único país a usar métodos ultrapassados; os britânicos ainda usavam a cavalaria montada contra as metralhadoras e a artilharia da Alemanha. Muitas vezes, os responsáveis por certas táticas, demoravam meses para ver que elas não estavam funcionando. A última carga de cavalaria britânica ocorreu durante a Batalha do Somme, em 1916, dois anos após a guerra ter começado. Estes ataques eram muito caros,  as combinações de arame farpado, lama profunda e fogo de artilharia pesada não funcionava bem com o uso de animais. A introdução do tanque no final daquele ano, finalmente terminou com essa loucura.


7 – O crucifixo

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Essa imagem, uma das fotografias mais marcantes da guerra, não foi tirada por um fotógrafo profissional. A cena foi capturada por uma câmera Contessa, operada por  Walter Kleinfeldt, de apenas 16 anos, que se juntara à guerra um ano antes. Walter depois montou uma loja de fotografia, quando voltou para a Alemanha, mas essa, tirada durante a Batalha do Somme,  foi descoberta quase 100 anos mais tarde, quando o filho de Walter a encontrou.

O contraste entre o soldado morto e o crucifixo intocado é impressionante. Em um documentário da BBC sobre a coleção da qual ela pertence, o filho de Walter argumenta que a fotografia é "como uma acusação contra a guerra." Algumas das outras fotos de Walter  incluem uma  de corpos espalhados por terra de ninguém intitulada "Depois da Tempestade" e outra de um médico alemão consolando um soldado em seus últimos momentos. As imagens de Walter também captaram o cotidiano dos soldados quando eles estavam longe do campo de batalha, ora banhando-se em rios, ora vagando ao redor das cidades alemãs.


8 – Tropas coloniais francesas 
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Embora pareça óbvio, o fato de que o conflito foi uma verdadeira guerra "mundial", precisa muitas vezes  ser reforçado. Essa fotografia impressionante foi feita por Albert Kahn, um banqueiro milionário que passou o início do século 20 capturando os costumes e culturas dos países de todo o mundo em notáveis fotografias a cores para o seu livro chamado “Os Arquivos do Planeta”. Durante estes anos, era inevitável que Kahn documentasse a guerra.
A fotografia acima  mostra um grupo de soldados da Cavalaria Colonial Francesa,  do Quarto Regimento de Sipahis, provenientes, ao que tudo indica, do Marrocos. Em 1914, os franceses tinham sete regimentos de sipahis. Todos eles lutaram na frente ocidental, mas o seu papel como grandes soldados de cavalaria ficou irrelevante quando a guerra de trincheiras tornou-se mais regular. O uso de tropas coloniais foi particularmente usado pela França, provavelmente devido à sua pequena população.
No momento em que a guerra começou, os europeus governavam várias colônias, espalhadas pelo globo. A Índia cedeu 1,5 milhões de soldados, enquanto que Nova Zelândia, Canadá, África do Sul e Austrália contribuíram com outros milhões para os militares britânicos. O franceses contavam com o apoio dos africanos ocidentais, indochineses e malgaxes. O resultado? Uma guerra que alcançou mais lugares do mundo do que qualquer outra antes.


9 – Soldado australiano carregando um companheiro
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Esta fotografia comovente mostra um soldado australiano carregando um companheiro ferido para Suvla Bay, na tentativa de levá-lo para tratamento médico. A Batalha em Gallipoli foi uma das primeiras grandes derrotas do exército australiano. Ela é comemorada todos os anos em 25 de abril, que ficou conhecido como Dia ANZAC.
O principal objetivo da campanha de Gallipoli era capturar Constantinopla do Império Otomano, mas o fracasso foi estrondoso. Pensa-se que quase meio milhão de homens morreram somente nesta campanha. A brutalidade da batalha é retratada em uma das músicas mais famosas da Austrália: “And the Band Played Waltzing Matilda", de Eric Bogle. Em última análise, o militares australianos sofreram quase 27 mil perdas, cerca de dois terços das três divisões que foram enviadas para lá.
O significado da batalha para a história australiana talvez seja  melhor resumida pelo primeiro-ministro na época, William Hughes, que disse que o jovem país  "nascera nas margens do Gallipoli." Ainda hoje, apesar de que os australianos sofreram perdas muito mais pesadas na frente ocidental em um espaço de sete semanas do que ao longo de oito meses em Gallipoli, o episódio ainda é lembrado com muito mais reverência do que qualquer outra batalha da guerra.


10 – Pirâmide de capacetes alemães
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A pirâmide nessa foto é uma das duas surpreendentes  “estruturas da vitória” que foram erguidas em Nova York, em ambas as extremidades do "Caminho da Vitória", perto da Grand Central Station, em 1918. Cada pirâmide, composta de 12.000 capacetes alemães, foi desenhada e feita artesanalmente por artistas nomeados. Cada capacete representava um soldado alemão capturado ou morto, a pirâmide representava a derrota do inimigo.
Embora, nos dias de hoje,  possa parecer bizarro ou até mesmo errado guardar lembranças de batalha, durante a Primeira Guerra Mundial era algo comum, apesar de ser proibido em muitas unidades. Se você acha que uma coleção de capacetes de 24.000 soldados mortos é assustadora, imagine o choque no rosto de um menino, quando seu pai trouxe para casa, na Austrália,  a cabeça mumificada de um soldado turco que  ele matara em Gallipoli.

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